A judicialização da saúde e o fornecimento de medicamentos não incorporados ao SUS

entre o direito fundamental e a sustentabilidade do sistema

Autores

  • Paulo Vitor Faria da Encarnação UFES

Palavras-chave:

Judicialização da saúde; Direito à saúde; SUS; Medicamentos não incorporados; STF; STJ; Direitos fundamentais; Sustentabilidade do sistema.

Resumo

O artigo analisa a judicialização da saúde no Brasil, com foco no fornecimento de medicamentos e insumos não incorporados ao SUS. Examina o direito constitucional à saúde, os fundamentos favoráveis e contrários à intervenção judicial e a evolução jurisprudencial do STF e do STJ. Aponta que a efetividade do direito exige atuação judicial em casos excepcionais, mas ressalta a necessidade de critérios objetivos e intersubjetivamente controláveis para evitar voluntarismo e assegurar a sustentabilidade do sistema público. Conclui que a judicialização é fenômeno inevitável, porém disciplinável, devendo conciliar dignidade humana e racionalidade distributiva.

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Arquivos adicionais

Publicado

2025-12-18

Como Citar

FARIA DA ENCARNAÇÃO, P. V. A judicialização da saúde e o fornecimento de medicamentos não incorporados ao SUS: entre o direito fundamental e a sustentabilidade do sistema. Revista de Direito da Saúde Comparado, São Paulo, v. 4, n. 7, p. 38-58, 2025. Disponível em: //periodicos.unisa.br/index.php/direitosaude/article/view/815. Acesso em: 22 dez. 2025.