Negligência/Negação à Escolarização em Quilombos da Região de Guanambi/Bahia
Palavras-chave:
População Negra. Educação. Racismo. Políticas Públicas Antidiscriminatórias. Direitos Humanos.Resumo
A escolarização deve ser garantida e aproximar-se das características identitário-culturais dos seus respectivos grupos populacionais. Destarte, este texto discute a presença da escola em comunidades quilombolas de região baiana. Trata-se de análise quanti-qualitativa desenvolvida a partir de informações de inquérito regional desenvolvido no ano de 2016. Os resultados indicam que dos 14 quilombos contemporâneos de nove cidades, seis tinham escolas funcionando em seus territórios, com turmas multisseriadas das séries iniciais do ensino fundamental. Apenas uma seguia a proposta educacional identitário-formativa quilombola. Quatro comunidades apresentavam escolas desativadas. Os demais quilombos não tinham escolas. Cerca de 20% dos adultos quilombolas eram analfabetos e aproximadamente 40% concluíram o Ensino Fundamental I. É percebida a permanente negligência e/ou negação ao acesso à escolarização ao povo quilombola baiano. Também preocupa que, mesmo quando presente, há baixa adesão escolar à curricularização das questões étnico-raciais e culturais para valorização da identidade quilombola, portanto, capaz de contribuir na formação antirracista.