Meninos Sem Pátria, Sem Voz e Sem Vez ou a Censura e o silenciamento da Obra de Luiz Puntel
Resumo
Este trabalho parte da censura da obra Meninos sem Pátria, de Luiz Puntel, em uma escola básica brasileira em 2018. Objetiva-se verificar, histórica e discursivamente, que elementos impulsionaram a proibição. Para tanto, partiremos dos estudos de Foucault (1979, 2010, 2011) na análise do discurso, para compreender as relações entre discurso, sociedade, escola e literatura. O caminho teórico deste artigo problematiza a obra literária em cena, sua inserção sócio-histórica, as notícias que veicularam a censura, a voz do autor e resenhas críticas disponíveis em diversas mídias digitais, que compartilham o enredo e o tema da obra e também analisam a citada censura. Como fundamentos para análise desses tópicos e suas relações, partiremos de Colomer (2003, 2007, 2017), Candido (1989, 2004), Eco (1989, 2015), Perrotti (1986), dentre outros pesquisadores da literatura. Constata-se que a censura da obra, movida por um suposto foco ideológico, fere o direito ao ato de ler e prejudica a formação do leitor. Conclui-se que, mesmo diante da censura, há meios e modos de o leitor se enveredar pela ‘biblioteca proibida’.