Representação e realidade: Intriga, paixão e crime no romance Meu Nome é Vermelho, de Orhan Pamuk: intriga, paixão e crime no romance Meu Nome é Vermelho, de Orhan Pamuk
Resumo
Este artigo, de caráter interdisciplinar, tem como ponto de partida um diálogo entre a literatura, a histórias e as artes plásticas no romance Meu Nome é Vermelho, de Orhan Pamuk, com vistas a desvendar, num primeiro plano, as intrigas, paixões e mistérios que servem de estrutura para essa obra ficcional. Num segundo plano, é nosso intento mostrar a diferença entre os pintores ocidentais e os orientais, no que diz respeito à representação do homem, durante o Renascimento. Dessa perspectiva a pintura do Ocidente só fez sobrevalorizar a grandeza do indivíduo, enquanto que a do Oriente desprezava a representação da individualidade. Essa valorização do indivíduo terá como consequência a consolidação do modo de vida burguesa e, por extensão, o acúmulo de riqueza no Ocidente e o empobrecimento da economia e da cultura islâmica a partir do século XIX.
Referências
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