História e literatura: possíveis usos do paradigma indiciário e da operação historiográfica na obra “As memórias do livro” de Geraldine Brooks

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Resumo

Esse artigo tem como objetivo tecer algumas reflexões sobre a relação entre História e Literatura para discutir os processos de construção da narrativa histórica a partir da concepção de “verossimilhança” presente na escrita historiadora e “efeito do real” contido na escrita literária. Para exemplificar essa discussão será analisado o livro “As Memórias do Livro”, de autoria de Geraldine Brooks, para destacar a utilização que a literatura faz de fatos históricos para criar seu enredo/trama. Esse processo analítico irá decodificar os processos de “apropriação da operação historiadora” por parte da literatura a fim de estabelecer efeitos de veracidade da narrativa elaborada por esse romance histórico/policial. Tais artifícios narrativos acabam por falsear a compreensão do leitor, pois, ao lançar pequenos vestígios do real em sua trama literária, se constrói o engodo como forma de capturar o leitor. Nesse ponto, se estabelece o desafio da escrita da história que deve utilizar-se dos mecanismos narrativos da literatura sem estabelecer o engodo como mecanismo de conquista do seu leitor. A escrita da História encaminha-se para uma narrativa a “beira da falésia”. Pois, o debate sobre os limites e desafios da escrita em História a partir das noções de Operação Historiográfica e de Paradigma Indiciário e das apropriações dessas concepções pela literatura é de suma importância para o desenvolvimento da História da Cultura Escrita

Biografia do Autor

Cássio Michel dos Santos Camargo, SEDUCRS/UFRGS

Doutorando em Educação pela UFRGS. Mestre em Educação pela UFRGS. Especialista em Ensino de Sociologia (LAVIECS-UFRGS) no ano de 2015, Especialista em Supervisão e Orientação Escolar pela Centro Universitário Barão do Mauá no ano de 2016. Especialista Psicopedagogia e TIC's pela Universidade Federal do Rio Grande do sul (UFRGS-FACED)-2015. Especialista em Ensino de História e Geografia pela Universidade Federal do Rio Grande do sul (UFRGS), no Ano de 2012. Graduado em História no ano 2011, pelo Centro de Educação Metodista IPA-RS. Graduado em Pedagogia pela Faculdade Futura (2019). Foi coordenador do Curso Normal (Aproveitamento de Estudos) na Escola Estadual Eng° Ildo Meneghetti entre os anos de 2013/2 até 2019/2. Atua como professor de História, Geografia, Ensino Religioso nas Séries Finais do Ensino Fundamental. Temas de Pesquisa: História da Educação, Memória, Imprensa, Nazismo, Literatura, Ensino de História e Ensino.

Adriana Romero Lopes, IFRS/UFRGS

Doutoranda no Programa de Pós Graduação em Educação, na Universidade Federal do Rio Grande do Sul- UFRGS, na linha de pesquisa História, Memória e Educação. Mestre em História pela Universidade de Passo Fundo (2015). Licenciatura em História pela Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões (2007). Atualmente é Técnica em Assuntos Educacionais do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul- Campus Bento Gonçalves. Trabalha na Coordenadoria Pedagógica do Câmpus Bento Gonçalves. Possui Pós- Graduação Latu Sensu em Orientação Educacional.

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Publicado

2021-06-24

Como Citar

CAMARGO, C. M. dos S.; LOPES, A. R. História e literatura: possíveis usos do paradigma indiciário e da operação historiográfica na obra “As memórias do livro” de Geraldine Brooks. VEREDAS - Revista Interdisciplinar de Humanidades, [S. l.], v. 4, n. 7, p. 74-91, 2021. Disponível em: //periodicos.unisa.br/index.php/veredas/article/view/143. Acesso em: 21 nov. 2024.