Estudo epidemiológico das características socioeconômicas da sífilis em gestantes no Município de São Paulo
Palavras-chave:
Sífilis, Gestantes, Fatores socioeconômicos, EpidemiologiaResumo
OBJETIVO: Analisar a incidência de sífilis em gestantes a partir de dados notificados. MÉTODOS: Foi realizado um estudo observacional longitudinal sobre sífilis no município de São Paulo nos anos 2019-2023, usando as variáveis de raça, escolaridade e idade. Os dados foram retirados da plataforma DataSus, pelo Tabnet e pelo Boletim Epidemiológico de HIV/ AIDS do Estado de São Paulo. RESULTADOS: O estudo analisou dados de sífilis gestacional em São Paulo, destacando que, nos anos de 2019 a 2023, houve uma variação de 45 a 50% de casos entre mulheres pardas, de 33 a 35% em brancas e de 13 a 15% pretas. Mulheres amarelas e indígenas representaram menos de 1%. Cerca de 60% das notificações envolveram mulheres não brancas. Surpreendentemente, a maioria dos casos ocorreu em mulheres com ensino médio completo (de 31 a 43%), contrariando a expectativa de maior prevalência entre as menos escolarizadas. Esse dado reflete mudanças no perfil socioeconômico das gestantes, indicando falhas na educação sexual e maior exposição à infecções sexualmente transmissíveis entre mulheres mais instruídas. Em termos etários, de 74 a 82% dos casos afetaram mulheres de 20 a 39 anos, seguidas pelas mulheres de 15 a 19 anos (de 15 a 23%). A reinfecção por sífilis destaca a necessidade de envolver os parceiros no tratamento. Além disso, falhas no preenchimento das fichas de notificação limitam a análise. CONCLUSÕES: A sífilis é multifatorial, exigindo ações educativas e preventivas abrangentes, incluindo a inclusão de parceiros no pré-natal e melhorias na coleta de dados, para conter essa epidemia silenciosa.
DESCRITORES: Sífilis, Gestantes, Fatores socioeconômicos, Epidemiologia.
Abstract
OBJECTIVE: To analyze the incidence of syphilis in pregnant women based on reported data. METHODOLOGY: A longitudinal observational study on syphilis was conducted in the municipality of São Paulo from 2019 to 2023, using variables such as race, education level, and age. Data were obtained from the DataSus platform via Tabnet and the HIV/AIDS Epidemiological Bulletin of the State of São Paulo. RESULTS: The study analyzed gestational syphilis data in São Paulo, highlighting that between 2019 and 2023, cases varied from 45% to 50% among mixed-race women, 33% to 35% among white women, and 13% to 15% among Black women. Asian and Indigenous women represented less than 1%. Around 60% of reported cases involved non-white women. Surprisingly, most cases occurred in women with a high school education (31% to 43%), contradicting the expectation of higher prevalence among less-educated individuals. This finding reflects changes in the socioeconomic profile of pregnant women, indicating gaps in sexual education and increased exposure to sexually transmitted infections among more educated women. Regarding age, 74% to 82% of cases affected women aged 20 to 39, followed by those aged 15 to 19 (15% to 23%). Syphilis reinfection underscores the need to involve partners in treatment. Additionally, deficiencies in completing notification forms limit data analysis.
CONCLUSION: Syphilis is multifactorial, requiring comprehensive educational and preventive measures, including partner involvement in prenatal care and improvements in data collection, to address this silent epidemic.
DESCRIPTORS: Syphilis, Pregnant women, Socioeconomic factors, Epidemiology.