Nível de conhecimento dos estudantes de Medicina da Universidade Santo Amaro sobre a identificação e o manejo da dengue

Resumo

OBJETIVO: Compreender o nível de conhecimento dos estudantes de Medicina da Universidade Santo Amaro sobre o quadro clínico, diagnóstico, manejo e prevenção da enfermidade. MÉTODOS: Estudo descritivo com questionário estruturado online (Google Forms), aplicado uma única vez, divulgado por mídias digitais e rede institucional (UNISA). Participação voluntária, com Termo de Consentimento Livre e Esclarecido eletrônico. A análise foi realizada de forma descritiva, utilizando o software Microsoft Excel® para o cálculo das médias e percentuais. RESULTADOS: Participaram 55 estudantes de Medicina: 81,8% mulheres, 18,2% homens. Com relação ao conhecimento clínico da doença, os entrevistados apontaram como principais sintomas da fase febril: 89,1% febre alta, 90,9% cefaleia/dor retro-orbitária, 78,2% mialgia/artralgia, 52,7% petéquias, 20% coriza/espirros, 12,7% hiperemia conjuntival, 7,3% icterícia. Já sobre a fase crítica, apontaram: 83,6% sangramento de mucosas, 41,8% sangramento gastrointestinal/urinário, 58,2% hipotensão, 58,2% febre bifásica, 54,5% dor abdominal intensa, 36,4% alterações neurológicas. Com relação ao fator de risco para dengue hemorrágica, 85,5% sinalizaram infecção secundária por sorotipo diferente, 10,9% idade avançada, 3,6% vacinação recente, e nenhum citou atividade física intensa. Como conduta principal, 92,7% dos participantes assinalaram reidratação/suporte sintomático, 7,3% antivirais/suporte e ninguém selecionou corticosteroides ou antibióticos orais/suporte. Os achados indicam bom domínio de aspectos clássicos (sintomatologia febril, notificação, conduta), mas apontam lacunas específicas (p.ex., ascite como alarme: 25,5%; equívocos sobre analgésicos: 10,9% evitaram dipirona/paracetamol; 16,4% atribuíram prevenção a suplementos), além de baixa autoconfiança prática para atendimento, sugerindo necessidade de ênfase curricular em cenários clínicos e metodologias ativas. CONCLUSÕES: Estudantes da UNISA apresentam bom conhecimento teórico sobre dengue, porém com pontos críticos a fortalecer. A combinação de resultados de conhecimento, autoconfiança e demanda estudantil por mais conteúdo (96,4%) sustenta a ampliação de estratégias educacionais com foco prático e atualização contínua, visando maior segurança no manejo e melhor desempenho em vigilância, notificação e educação em saúde.
DESCRITORES: Dengue; Discentes; Infectologia; Medicina.

Abstract

OBJECTIVE: To understand the level of knowledge of medical students at Santo Amaro University (UNISA) regarding the clinical presentation, diagnosis, management, and prevention of the disease. METHODS: Descriptive study using a structured online questionnaire (Google Forms), applied once, disseminated through digital media and the institutional network (UNISA). Participation was voluntary, with an electronic Free and Informed Consent Form. The analysis was performed descriptively, using Microsoft Excel® software for calculating means and percentages. RESULTS: 55 Medical students participated: 81.8% women, 18.2% men. Regarding the clinical knowledge of the disease, the respondents pointed out the following as the main symptoms of the febrile phase: high fever (89.1%), headache/retro-orbital pain (90.9%), myalgia/arthralgia (78.2%), petechiae (52.7%), runny nose/sneezing (20%), conjunctival hyperemia (12.7%), and jaundice (7.3%). Regarding the critical phase, they pointed out: mucosal bleeding (83.6%), gastrointestinal/urinary bleeding (41.8%), hypotension (58.2%), biphasic fever (58.2%), severe abdominal pain (54.5%), and neurological changes (36.4%). Regarding the risk factor for hemorrhagic dengue, 85.5% indicated secondary infection with a different serotype, 10.9% advanced age, 3.6% recent vaccination, and none cited intense physical activity. As the main management, 92.7% of participants indicated rehydration/symptomatic support, 7.3% antivirals/support, and no one selected corticosteroids or oral antibiotics/support. The findings indicate good mastery of classic aspects (febrile symptomatology, notification, management), but point to specific gaps (e.g., ascites as an alarm sign: 25.5%; misunderstandings about analgesics: 10.9% avoided dipyrone/paracetamol; 16.4% attributed prevention to supplements), in addition to low practical self-confidence for patient care, suggesting the need for curricular emphasis on clinical scenarios and active methodologies. CONCLUSION: UNISA students demonstrate good theoretical knowledge about dengue, but with critical points to strengthen. The combination of knowledge results, self-confidence, and student demand for more content (96.4%) supports the expansion of educational strategies with a practical focus and continuous updating, aiming for greater safety in management and better performance in surveillance, notification, and health education.
KEYWORDS: Dengue; Students; Infectious Diseases; Medicine.