Desafios diagnósticos e terapêuticos na esporotricose canina: relato de caso Esporotricose em cão
Palavras-chave:
Ulcerated lesion, subcutaneous mycosis, Sporothrix spp.Resumo
OBJETIVO: Descrever o caso de esporotricose em uma cadela atendida no Hospital Veterinário Escola, no município de São Paulo, relatando seus sinais clínicos, diagnóstico, tratamento e prognóstico. MÉTODOS: Estudo descritivo longitudinal de relato de caso de paciente canino, fêmea, sem raça definida, resgatada por tutora, que apresentou
manifestações tegumentares e respiratórias, atendida no setor de Clínica Médica do Hospital Veterinário da Universidade Paulista, São Paulo, SP, Brasil. As informações contidas na descrição do caso foram obtidas por revisão do prontuário, laudos e exames, e relato das manifestações clínicas apresentadas pelo paciente. O estudo foi aprovado pelo comitê de ética em pesquisa animal da instituição de ensino sob registro 8295071222. RESULTADOS: Paciente apresentava lesões ulceradas não dolorosas, não pruriginosas, hiperqueratose e alopecia rostral e membros pélvicos, acompanhada de descarga nasal e sialorreia. O animal foi submetido à citopatologia, histologia e radiografia, além de exames bioquímicos e hematológicos, que se mostraram inconclusivos. Sem apresentar melhora, mesmo após tratamentos com antibióticos e anti-inflamatórios esteroidais, realizou-se cultivo micológico, que confirmou infecção por Sporothrix spp., além de antifungigrama, o qual revelou resistência intermediária ao itraconazol. Apesar disso, o fármaco foi escolhido para o tratamento, na dosagem de 10mg/kg, uma vez ao dia, por 180 dias. Após esse período, as lesões tegumentares e respiratórias regrediram completamente, sendo ainda recomendada a manutenção da terapia 30 dias adicionais, para evitar recidiva e lograr o total sucesso terapêutico. CONCLUSÕES: Esporotricose deve ser sempre considerada diagnóstico diferencial em lesões cutâneas ulceradas e não pruriginosas em cães; e para seu diagnóstico e implementação de medidas de tratamento e controle é essencial a realização de cultura fúngica e testes de sensibilidade.
DESCRITORES: Lesão ulcerada; Micose subcutânea; Sporothrix spp.
Abstract
OBJECTIVE: To describe a case of sporotrichosis in a female dog treated at the Veterinary Teaching Hospital in São Paulo, Brazil, with emphasis on clinical signs, diagnosis, treatment, and prognosis. METHODS: This study is a longitudinal descriptive case report of a mixed-breed female dog, rescued by her owner, presenting with cutaneous and respiratory manifestations. The animal was attended at the Internal Medicine Department of the Veterinary Hospital of Universidade Paulista, São Paulo, SP, Brazil. Information was obtained through review of the medical records, diagnostic reports, laboratory findings, and clinical observations. The study was approved by the institutional animal ethics committee under protocol number 8295071222. RESULTS: The patient exhibited non-painful, non-pruritic ulcerative lesions, hyperkeratosis, and alopecia on the rostral region and hindlimbs, along with nasal discharge and sialorrhea. Cytopathology, histopathology, radiography, and blood and biochemical analyses were performed but proved inconclusive. Due to lack of improvement after antibiotic and corticosteroid therapy, a fungal culture was conducted, confirming infection by Sporothrix spp. An antifungal susceptibility test revealed intermediate resistance to itraconazole. Nonetheless, itraconazole was selected for treatment at a dosage of 10 mg/kg once daily for 180 days. After this period, both cutaneous and respiratory lesions resolved completely, and a 30-day extension of therapy was recommended to prevent relapse and ensure full therapeutic success. CONCLUSION: Sporotrichosis should always be considered in the differential diagnosis of ulcerated and non-pruritic skin lesions in dogs; and for diagnosis and implementation of treatment and control measures for this subcutaneous mycosis, fungal culture and antifungal sensitivity tests are essential.
KEYWORDS: Ulcerative lesion; Subcutaneous mycosis; Sporothrix spp.
