Comunicação profissional da saúde-paciente: instrumento mantenedor de iniquidades em saúde ou meio de inclusão?

Autores

Palavras-chave:

Relação médico-paciente, Humanização, Determinantes sociais da saúde, Atendimento médico, Comunicação em saúde, Doctor-patient relationship, Humanization, Social determinants of health, Medical care, Health communication.

Resumo

OBJETIVO: Este estudo tem por objetivo avaliar a percepção de acadêmicos de cursos da saúde sobre a manutenção de práticas que acentuam iniquidades em saúde durante a comunicação com o paciente.

MÉTODOS: Estudo aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Santo Amaro (nº 5.358.167). Os resultados foram obtidos por meio da aplicação de questionários eletrônicos a acadêmicos de cursos de graduação em áreas da saúde sobre impressões e conhecimentos a respeito da percepção da oferta do tema no ensino, de capacidades de atendimento e de comunicação adequados com pacientes pertencentes a grupos sociais vulneráveis, como LGBTQIAP+, pessoas que vivem com HIV/Aids, pessoas em situação de rua e populações negra e idosa.

RESULTADOS: Foram obtidas 189 respostas, sendo 82,9% provenientes de estudantes de medicina. Conforme os resultados deste estudo, é possível observar que, conforme percepção de mais de 95% dos participantes, a comunicação é essencial para o atendimento médico e 83,9% consideram necessário que a comunicação seja adequada às complexidades individuais e coletivas de populações de cenários específicos. Contudo 64,1% dos participantes consideram que as escolas médicas pouco preparam o futuro profissional de saúde para as complexidades de demandas em saúde presentes na sociedade. CONCLUSÕES: Apesar de 95% dos participantes considerarem que a comunicação é essencial para um atendimento médico, apenas 35,7% dos futuros profissionais de saúde acreditam que são preparados ao longo da graduação para prestar tal atendimento a indivíduos historicamente vulneráveis e sujeitos a variados determinantes em saúde.

DESCRITORES: Relação médico-paciente, Humanização, Determinantes Sociais da Saúde, Atendimento médico, Comunicação em Saúde.

ABSTRACT

OBJECTIVE: The aim of this study was to assess the perception of health academics about the maintenance of practices that accentuate health inequities during communication with patients.

METHODS: This study was approved by the Santo Amaro University Research Ethics Committee (No. 5.358.167). The results were obtained through the application of electronic questionnaires to undergraduate students in health areas about impressions and knowledge regarding the perception of the provision of the subject in teaching, adequate care and communication skills with patients belonging to vulnerable social groups, such as LGBTQIAP+, people living with HIV/AIDS, homeless people and black and elderly populations.

RESULTS: 189 responses were obtained, 82.9% of which were from medical students. According to the results of this study, more than 95% of the participants believe that communication is essential for medical care and 83.9% consider it necessary for communication to be appropriate to the individual and collective complexities of populations in specific scenarios. However, 64.1% of participants believe that medical schools do little to prepare future health professionals for the complexities of the health demands present in society.

CONCLUSIONS: Although 95% of participants believe that communication is essential for medical care, only 35.7% of future health professionals believe that they are prepared during their undergraduate studies to provide such care to individuals who are historically vulnerable and subject to various health determinants.

DESCRIPTORS: Doctor-patient relationship, Humanization, Social determinants of health, Medical care, Health communication.

 

 

 

Publicado

2024-05-09

Como Citar

1.
Pinto L, Mingrone C, Lopes G, Chuery G, Mixéu L, Moraes Filho J. Comunicação profissional da saúde-paciente: instrumento mantenedor de iniquidades em saúde ou meio de inclusão?. Braz. Jour. Global Health [Internet]. 9º de maio de 2024 [citado 3º de julho de 2024];4(13):30-3. Disponível em: //periodicos.unisa.br/index.php/saudeglobal/article/view/587